Elas começam a repassar o aumento do minério de ferro, em fase final de negociação, acima de 90%
As siderúrgicas brasileiras já programam aumento de preços do aço no mercado doméstico de 10,5% a 14,5% a partir de abril. Elas começam a repassar o aumento do minério de ferro, em fase final de negociação, acima de 90%. A mudança no sistema de fixação de preços do minério, que muda de correções anuais para trimestrais, entra em vigor amanhã.
"Toda a indústria vê o novo sistema como inevitável, dadas as condições de oferta apertada do minério, que elevaram o preço spot na China para US$ 150 a tonelada", avalia Ivan Fadel, analista de mineração e siderurgia do Credit Suisse. Segundo apurou o Valor, uma vez estabelecido o sistema trimestral, baseado num índice que represente o mercado, as mineradoras não vão mais fazer rodadas de negociações com as siderúrgicas como as que vigoraram nas últimas quatro décadas. O preço será determinado pelo mercado, como acontece com petróleo, soja e outras commodities, alertam fontes do setor de mineração, referindo-se à pressão por reajustes menores feitas por associações de empresas siderúrgicas europeias e chinesas.
As três grandes mineradoras - BHP, Rio Tinto e Vale -, que dominam 80% do comércio transoceânico do produto, sepultaram o reajuste anual e comunicaram a seus clientes sua substituição pelas novas regras. A BHP fechou acordos trimestrais com a maioria de seus clientes. A Vale negocia empresa por empresa, tendo como referência de reajuste o IODEX (IronOre Index). O jornal japonês "Tex Report" informou que Nippon Steel, JFE Steel, Sumitomo Metals, Kobe Steel e Nisshin Steel acertaram com a Vale preço provisório perto de US$ 105 por tonelada.
O reajuste do minério de ferro deve afetar a inflação em abril. Seu peso no índice de preços do atacado do IGP-M subirá de 1,08% para 2,54%.
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